Especialistas afirmaram, nesta segunda-feira (11), que a pauta da mobilidade urbana vai além do transporte. Segundo eles, trata-se de um problema de planejamento urbano. A constatação foi feita durante o 1º Colóquio sobre Mobilidade Urbana da Rede Brasileira de Conselhos realizado em Brasília.

O uso e a ocupação desordenados do solo foram apontados como uma das principais questões relacionadas à mobilidade urbana. Para a arquiteta e urbanista Ermínia Maricato, o direito à cidade está intrinsecamente ligado a fatores como a especulação imobiliária e a falta de planejamento -apesar das “boas leis existentes no setor”. 

Ainda em relação à legislação, as representantes do Governo Federal ressaltaram a dificuldade na definição das responsabilidades de cada ente da União na implementação das políticas públicas do setor.

Paula Ravanelli, da Secretaria de Relações Institucionais, e Martha Martorelli, do Ministério das Cidades, frisaram a necessidade de fortalecer do Pacto Federativo no que tange às responsabilidades de cada ente da Federação na elaboração e execução da Política Nacional de Mobilidade Urbana.

Soluções – Embora tenham ressaltado o caráter amplo da mobilidade urbana, os especialistas defenderam a implementação de soluções imediatas para a questão. Faixas e corredores exclusivos para ônibus, a construção de ciclovias e a priorização de veículos sobre trilhos. 

Ronaldo Alves, da Secretaria de Governo do Distrito Federal, também defendeu a importância da atuação da sociedade civil na busca por melhorias na área. Segundo ele, as cobranças dos grupos organizados têm mais êxito do que se imagina. A recente instalação ciclovias e de bicicletas compartilhadas em Brasília seria um exemplo disso.